Mais da metade das famílias cadastradas no Compra Assistida ainda não recebeu nova moradia no RS
08/07/2025
(Foto: Reprodução) Programa criado após as enchentes tem mais de nove mil famílias cadastradas. Governo federal afirma que todas serão atendidas. Um ano após a tragédia, menos da metade das famílias recebeu casa de programa no RS
Mais de um ano após as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul, milhares de famílias ainda aguardam por uma nova casa. O programa Compra Assistida, criado pelo governo federal para atender vítimas da tragédia, tem cerca de 9,3 mil famílias cadastradas. No entanto, menos da metade recebeu as chaves do novo imóvel.
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Em Porto Alegre, cerca de 5,9 mil famílias estão cadastradas. Destas, 1,9 mil imóveis foram contratados. Em todo o estado, segundo dados do governo federal atualizados em 4 de julho:
3.693 famílias já assinaram contrato e estão com a chave da nova moradia;
1.016 estão com imóveis aprovados, aguardando assinatura;
1.324 seguem em fase de avaliação, com pendências de vistoria ou documentação.
Famílias com renda de até R$ 4,7 mil e que tiveram a casa destruída ou condenada por laudo técnico da Defesa Civil têm direito ao programa.
Carlos Cruz, morador de Eldorado do Sul, vive com a família em aluguel social desde o ano passado:
“A gente perdeu casa, a gente perdeu tudo. E a gente está na Compra Assistida também há mais de sete, oito meses”, disse.
Morador de Eldorado do Sul, Carlos Cruz, e família
Reprodução/ RBS TV
O secretário para Apoio à Reconstrução do RS, Maneco Hassen, reconheceu a demora.
“Para as famílias que foram atingidas, é tempo demais. Mas a gente está fazendo o todo possível, acelerando o máximo que dá”, comentou Hassen.
Segundo ele, em cidades onde não há imóveis disponíveis, a alternativa será a construção de novas moradias.
A Caixa Econômica Federal, responsável pela análise técnica e contratação, informou que segue critérios definidos pelo governo federal, como qualidade, segurança e preço. Os novos imóveis precisam estar em boas condições estruturais e com documentação regular.
O governo federal também viabilizou o Funrigs, fundo de R$ 14 bilhões, para apoiar ações de reconstrução e moradias provisórias.
“O governo federal se comprometeu com as moradias definitivas, está cumprindo e vai cumprir com todos os compromissos que assumiu com a população gaúcha”, disse Hassen.
O secretário ainda reforçou que todas as famílias que atenderem aos critérios serão contempladas: “Já temos reserva orçamentária para 25 mil moradias no estado e, se for necessário, o presidente complementa este recurso”, afirmou.
Maria Helena Pires Dornelles, professora, é uma das moradoras que relata dificuldades para concluir o processo.
“A laje da casa foi condenada em julho do ano passado. Já mandamos três vezes a mesma papelada, e eles não dizem qual é o erro”, afirmou.
Casas atingidas por fortes chuvas no RS
Reprodução/ RBS TV
Nota da Caixa Econômica Federal
"A CAIXA esclarece que, até o dia 2 de julho de 2025, foram habilitados 8.930 beneficiários na modalidade Compra Assistida – FAR no estado do Rio Grande do Sul, sendo 3.989 deles localizados em Porto Alegre – RS. No que se refere à modalidade de produção de novos empreendimentos habitacionais, foram contratados 40 projetos em todo o estado, totalizando 7.473 unidades habitacionais que serão construídas e entregues às famílias selecionadas pelo Ente Público. Cabe ressaltar que a CAIXA atua como agente financeiro do programa Minha Casa, Minha Vida – Reconstrução/RS, sendo responsável pela análise técnica e pela contratação das operações habitacionais, conforme as diretrizes estabelecidas pelo Ministério das Cidades. O programa foi instituído pelo Ministério das Cidades, que exerce o papel de gestor do programa, com a finalidade de viabilizar o acesso à moradia para famílias atingidas pelos eventos climáticos extremos ocorridos no estado do Rio Grande do Sul. Esses eventos resultaram na destruição ou interdição definitiva de residências, conforme reconhecimento estabelecido pelo Decreto Legislativo nº 36, de 7 de maio de 2024.A Portaria MCID nº 682, de 12 de julho de 2024, estabelece os critérios e procedimentos para definição das famílias elegíveis ao programa, com foco no atendimento emergencial às populações afetadas, abrangendo os programas MCMV-FAR (urbano), MCMV-Rural e de provisão financiada de unidades habitacionais vinculadas aos programas da área de Habitação Popular do FGTS."
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